Ocupação Social quer construir rede de oportunidades para 16 mil jovens

Júlio Pompeu participou de evento do Ocupação Social em Vila Velha (Foto: Secundo Rezende)

Em 2017, o programa Ocupação Social vai oferecer mais 10 mil novas oportunidades. Entre as novidades, estão o Nosso Crédito #maiscomunidade, viabilizado pela parceria com o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e direcionado a empreendimentos de quem for atendido pelo programa.

Além dos créditos, aulas de música serão ofertadas em 15 bairros pela Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), e quase 4 mil vagas estão reservadas para cursos de qualificação e de empreendedorismo. O anúncio das ações foi feito em solenidade no Palácio Anchieta, no último dia 21 de dezembro.

Os resultados apresentados pelo governo do estado demonstram que as ações do programa Ocupação Social foram aceitas pela população local dos 25 bairros onde estão inseridas. Os mais de sete mil participantes das ações de cultura, esporte, capacitação e empreendedorismo ditam o sucesso do projeto.

Somente na ação de Educação Empreendedora foram beneficiados 1.188 jovens e adolescentes, alunos da rede pública estadual. No esporte, foram mais de 1.200 beneficiados. Enquanto aproximadamente 350 jovens participaram do projeto Labor@rte.

Júlio Pompeu é secretário de Direitos Humanos no estado (Foto: Secundo Rezende)
O secretário estadual de Direitos Humanos, Júlio César Pompeu, explicou mais sobre os objetivos alcançados e quais são os próximos passos da iniciativa. Leia a entrevista:
O que é o programa Ocupação Social e qual a importância dele para o jovem?
Júlio Pompeu: É um projeto social que tem o objetivo de criar uma rede de oportunidades para jovens moradores de bairros de alta vulnerabilidade, onde há grande número de mortes violentas. Nós queremos mudar essa realidade por meio de uma rede de oportunidades de emprego, capacitação para o mercado de trabalho, empreendedorismo, educação, esporte e cultura. É uma rede de oportunidades para os jovens construída a partir de uma rede decolaboração de órgãos públicos e empresas. Isso é Ocupação Social.
O que deve mudar? Os bairros ou as pessoas?
Júlio Pompeu: Nós apostamos nos dois. Os bairros não são só as casas, só as ruas, são, sobretudo, as pessoas que estão lá. O nosso primeiro passo foi conhecer as pessoas. Fizemos uma pesquisa que é inédita no país, é a maior do tipo. Não é uma pesquisa por amostragem. Nós conversamos com mais de seis mil jovens que estão fora da escola e do mercado de trabalho. Ou seja, não é qualquer jovem. Imagina a dificuldade de logística só para você encontrá-los. Nosso primeiro passo foi a pesquisa porque nós precisávamos conhecer essas pessoas. O que elas pensam? A partir do que nós aprendemos com esse jovem, no que ele quer para a própria vida, no que ele acredita, nós podemos criar uma rede de oportunidades que faça sentido para ele. Incrementar a atividade econômica, o empreendedorismo, mas sabendo dentro dos bairros o que faz sentido em termos econômicos. Senão você dá um diploma inútil. Então nós temos a dupla preocupação de compreender o ambiental social e econômico para ofertarmos oportunidades que façam sentido. Nós estamos apostando no jovem, na garra que ele tem para mudar o bairro em que ele vive. Ele não é o problema, ele é a solução para esses bairros. O jovem é o agente de transformação desses bairros. Nós já tivemos muitos exemplos virtuosos. Nós costumamos a ver histórias tristes, que mostram o que eles têm de pior. O Ocupação Social está permitindo vermos e mostrarmos o que esses jovens têm de melhor. É isso que está transformando esses bairros. É isso que pode mudar essa realidade.
É um projeto que veio para ficar?
Júlio Pompeu: Veio para ficar. O nosso objetivo não é fazer “coitadismo”, não é fazer favor. É empoderar o jovem, é empoderar a comunidade. Nós não queremos criar pessoas dependentes de políticas públicas, nós queremos criar um movimento social virtuoso que permita o caminhar com as próprias pernas. Essa rede é para criar um primeiro grande empurrão. Nós esperamos que, à medida que as pessoas forem se apropriando dos diversos suportes oferecidos, essas ações continuem fazendo a diferença nessas comunidades, independente de governo.
Quais foram os principais objetivos alcançados nesse primeiro passo do projeto?
Júlio Pompeu: No começo, ficamos temerosos, pois são bairros que, muitas vezes, possuem estrutura precária, difícil até de oferecer um curso por falta de lugar. Então isso parecia uma dificuldade intransponível. Por sua vez, muitos parceiros estavam acostumados a realizar a ação em outro ambiente, para outro público. Percebemos o quanto os parceiros cresceram. É legal ver que nesse processo de aproximação todos estão ganhando e o quanto as comunidades se abriram para isso. O quanto as comunidades se organizaram para receber bem isso. Esse foi o primeiro ganho. Isso que empolga a gente, isso que empolga o garoto que está ali e é isso que empolga mais gente para participar.
O que podemos esperar do projeto para 2017?
Júlio Pompeu: Nós vamos ultrapassar o dobro de oportunidades geradas em 2016. Nós trabalhávamos no começo que precisávamos alcançar a marca de 16 mil oportunidades, que é o número de jovens fora da escola e fora do mercado de trabalho e que moram nos 25 bairros atendidos pelo programa. Acredito que vamos bater essa meta antes do meio do ano. O envolvimento de parceiros tem mostrado que a nossa capacidade de gerar oportunidades é muito maior do que aquela que nós tínhamos avaliado no começo. Tem aparecido um potencial de solução maior do que a gente esperava.
http://g1.globo.com/espirito-santo/especial-publicitario/secretaria-de-estado-de-direitos-humanos/ocupacao-social/noticia/2016/12/ocupacao-social-quer-construir-rede-de-oportunidades-para-16-mil-jovens.html

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