Os deveres do poder público

“Cada povo tem o governo que merece.”
(Joseph-Marie Maistre, filósofo francês, em 1811)


Há anos a administração pública em nosso país, em todas as esferas de governo, tem terceirizado aos cidadãos suas atribuições básicas.

Assim, é impraticável abrir mão de um convênio médico e odontológico, ficando à mercê do sistema público de saúde, formado por hospitais lotados, carência de médicos e espera superior a três meses para uma simples consulta.
O mesmo se aplica à educação. Para oferecer um ensino de qualidade aos nossos filhos, precisamos recorrer a instituições privadas. E no mundo corporativo, cabe às empresas formar e capacitar os profissionais contratados, que chegam ao mercado de trabalho absolutamente despreparados, entregando baixa produtividade que impacta diretamente a competitividade. É o chamado “apagão da mão de obra”, decorrência direta dos analfabetos funcionais que têm sido despejados pelas escolas públicas e seu sistema de progressão continuada.
Com relação à segurança, outra das garantias previstas na Constituição Federal, temos que instalar alarme residencial, cerca elétrica e viver em condomínio, além de fazer seguro de nossos bens e, em breve, andar em carro blindado, selecionando criteriosamente os locais e horários para circular nas ruas.
Agora, diante da crise hídrica, será necessário instalar cisternas, poço artesiano ou ampliar a capacidade do reservatório existente, além de adaptar a tubulação interna para aproveitar a água de reuso. E para acessar a energia elétrica, teremos que adquirir gerador, instalar coletores de energia solar e também adaptar o sistema de distribuição desta fonte alternativa de energia.
O poder público tem o dever de agir, o que significa atender com celeridade aos interesses dos cidadãos, antecipando-se mediante planejamento às demandas essenciais. Tem o dever da eficiência, utilizando os recursos com efetividade e presteza. Tem o dever da probidade, agindo com ética, integridade e retidão. E tem o dever de prestar contas, atestando a prática dos deveres mencionados anteriormente.
Contudo, o que temos observado, salvo raras exceções, é a inépcia administrativa e o saqueamento do erário. Tudo isso com a população arcando com uma carga tributária de “apenas” 37% do PIB.
Qual o limite de nossa leniência? Até quando iremos suportar tanta negligência e omissão? Ou estaremos fadados a um retrocesso contínuo e progressivo, até o colapso social?

* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de oito livros. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.


Tom Coelho
Tom Coelho, com formação em Publicidade pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Economia pela Universidade de São Paulo (USP), tem especialização em Marketing pela Madia Marketing School e em Qualidade de Vida no Trabalho pela Fundação Instituto de Administração (FIA/USP), além de mestrado em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente pelo Senac. Foi executivo de empresas dos setores de transporte de cargas e exportação de café entre 1989 e 1993 e empresário no setor metalúrgico e de construção civil por 11 anos. Ex-secretário geral do Instituto da Qualidade do Brinquedo (IQB), órgão vinculado ao INMETRO, foi o artífice da elaboração da NBR-14350/99, primeira norma brasileira de segurança para brinquedos de playground. Também foi diretor eleito do Sindicato das Indústrias de Brinquedos do Estado de São Paulo (Simb), vinculado à Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) entre 1998 e 2004 e vice-presidente de negócios da Associação Paulista de Gestores de Pessoas (AAPSA) entre 2007 e 2009. Atualmente é professor em cursos de pós-graduação, conferencista com mais de 650 palestras ministradas para um público presencial superior a 110 mil pessoas, e escritor com artigos publicados por mais de 800 veículos da mídia impressa e digital, em 17 países: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Uruguai, Venezuela, Panamá, México, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Cabo Verde e Japão. É autor dos livros “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor dos livros “Marketing Pessoal - Como maximizar suas qualidades” (Aprenda Fácil Editora, 2014), “Ser Mais em Gestão do Tempo e Produtividade” (Ser Mais, 2012), “Roda Mundo, Roda-Gigante” (Ottoni, 2006, 2005, 2004), antologia internacional, e "Gigantes das Vendas" (Landscape, 2006), obra que reúne os 50 maiores nomes de vendas no Brasil. Ministra palestras e treinamentos com foco em gestão de pessoas (qualidade de vida, segurança no trabalho, liderança) e gestão de negócios (empreendedorismo, marketing, planejamento estratégico), entre outros temas. Foi eleito Top5 na categoria palestrante do prêmio Top of Mind de RH em 2015 e 2016. Também foi eleito para o Hall da Fama do Marketing no Brasil pela ABRAMARK (Academia Brasileira de Marketing). Acumula os cargos de diretor da Lyrix Desenvolvimento Humano e da Editora Flor de Liz, diretor titular do Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE), vinculado ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), diretor do Comitê de Jovens Empreendedores (CJE), vinculado à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Conselheiro do Conselho Superior de Responsabilidade Social (Consocial) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.

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