Berta: ativista que lutava pelos direitos humanos, povos indígenas e
ambiente foi morta em 3 de março em Honduras.
São Paulo - A morte da ativista de direitos humanos e meio ambiente Berta Cáceres, em Honduras,
nesta semana, é uma tragédia inqualificável, mas não é a única.
Historicamente, ambientalistas têm sido alvo de ataques por suas ações
em defesa da natureza e comunidades tradiconais e por denunciarem
injustiças.
Um relatório da ONG Global Witness constatou que, em 2014 (ano relativo
ao dados mais recentes disponíveis), pelo menos 116 ativistas ambientais
foram assassinados em todo o mundo — quase o dobro do número de jornalistas mortos no mesmo período, e um aumento de 20% em relação a 2013.
Os assassinatos alcançaram uma média de mais de dois por semana, sendo
40% deles indígenas. A maior parte das vítimas protestava contra
atividades ligadas à empreendimentos de energia hidrelétrica, mineração e
empresas do agronegócio.
Quase três quartos destas mortes ocorreram na América Central e do Sul,
enquanto que o Sudeste Asiático foi a segunda região mais afetada. A entidade compilou as mortes de ambientalistas em 17 países no mundo. O
Brasil lidera em número de mortes, com 29 casos em 2014, seguido da
Colômbia, com 25. Veja abaixo:
Global Witness
Gráfico: ao todo, 116 ativistas ambientais foram mortos em 17 países em 2014, segundo o Global Witness. Mas em termos per capita, Honduras é o país mais perigoso para ativistas
ambientais, segundo a entidade. De acordo com a ONG, o caso de Berta
Cáceres é emblemático. A entidade diz que, desde 2013, pelo menos três
de seus colegas foram mortos por protestarem contra a construção de uma
megarepresa em Gualcarque, que ameaçava cortar uma fonte vital de água
para centenas de povos indígenas da etnia Lenca.
Foi inclusive por sua militância contra a construção da mesma represa
hidrelétrica no Río Gualcarque, que a ativista hondurenha e líder
indígena recebeu o Prêmio Goldman, em 2015, considerado o Nobel do meio
ambiente.
Berta foi assassinada em sua cidade natal de La Esperanza, em Honduras, no dia 3 de março.
Ela faria 46 anos na última sexta-feira. Um fim trágico para a vida de
uma mulher corajosa que arriscou tudo para proteger sua terra da
degradação. Sua sina parece seguir aquelas que tiveram Chico Mendes (líder
ambientalista assassinado em 1988), a irmã Dorothy Stang (missinária
norte-americana assassinada no Pará em 2005) e o casal José Cláudio
Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinados em maio de 2011
após denúnciarem madeireiros e carvoeiros na Amazônia.
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/estas-pessoas-foram-mortas-por-defender-o-meio-ambiente
Comentários
Postar um comentário