Agricultor de 29 filhos se aposenta pelo INSS com um salário mínimo

O aposentado, Hermínio Cândido da Silva, 65 anos, fez do campo sua fonte de renda. Não é conta de mentiroso, mas ele é pai de 29 filhos (com a mesma mulher), dos quais, 11 estão vivos. “Naquele tempo não tinha televisão no sítio (rss). Só um nasceu no hospital. Os outros em casa, com parteira. É bom ser pai de tantos filhos. Por fora tenho outros cinco e a mulher sabe”, conta num sorriso de quem teve muita boca para alimentar, mas que nunca se deixou abater com a seca e estiagem prolongada do sertão.

Até receber a aposentadoria rural, a única fonte de renda foi o campo. Trabalhou por um alimento sadio para ver a família crescer. Morador do sítio Varzinha, no município de Afogados da Ingazeira (PE), sertão do Pajeú, o produtor planta, colhe e vende. As hortaliças enfeitam um campo de três hectares. Dá gosto de ver a beleza dos produtos como alface, cebola, coentro, beterraba, cenoura.

A chegada do benefício foi na hora certa. “Faz cinco anos que recebo. Esse dinheiro nunca falhou. Me ajudou até com empréstimo para meu filho, numa hora em que precisou. Estou contente demais”, diz naquele sotaque sertanejo onde a voz parece ter melodia.

Os filhos moram em Afogados, Tabira e Serra Talhada (PE). O encontro de todos é no final do ano. Somam-se mais de 20 netos, os quais não consegue contar nos dedos. Sr. Hermínio tem um segredo para a vida prosperar e ter longevidade: trabalhar bem, sem exageros. Comer e dormir bem. “Não se pode viver também preocupado com a vida. A pessoa quebra muito a cabeça. Não cai uma folha de mato se Deus não quiser. Seja bom ou ruim, tem que aceitar”, filosofa.

Essa sabedoria, o produtor não aprendeu nos livros e nem nas salas de aula. Foi conquistada na labuta diária e numa conexão divina onde a compreensão é maior que a expectativa e desejos. A saúde vai muito bem, exceto pela diabetes que já exige um certo cuidado. “Tomo o remédio que o médico passa, mas também procuro cura nas plantas. A natureza tem de tudo. Pode acreditar”, defende.

Mudou sua vida
Se a Previdência Social mudou a vida dele a resposta é imediata: “É um presente da vida. A gente trabalha, trabalha, e depois continua recebendo. Mas cada um tem que fazer sua parte. Meus filhos também precisam dessa garantia. Isso é muito justo. Mas não quero largar o roçado. Ainda tenho muito o  que aprender com a terra”, diz.

O cuidado com a lavoura é levada a sério. Tudo sem veneno e sem queimada.(Com informações da Previdência Social).

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