Empresários recorrem ao WhatsApp para turbinar as vendas

Muito mais do que um aplicativo (app) de bate-papo, hoje o WhatsApp – o ‘zap zap’ - é um grande aliado, tanto do varejo como de pequenos empresários para atrair clientes. Com mais de 47 milhões de usuários no Brasil, o app, que virou febre, se consolida em vários setores como um canal de vendas, de interação e fidelização do consumidor.
Na Bahia, há empreendedores que dobraram o faturamento após o uso da ferramenta nos seus negócios. É o caso do artista e microempreendedor individual (MEI) Diego Carvalho, de 28 anos. Dono da empresa e marca de camisas Blueberry, há cerca de um ano ele usa o WhatsApp para se comunicar com fornecedores e com o consumidor.


Com a ação, Carvalho dobrou as vendas e aumentou a clientela em cerca de 50%. “Tenho conversas com os revendedores e com fornecedores - mando as fotos das camisetas - e falo com os clientes, que me mandam desenhos e artes e eu já envio o orçamento”, conta.
Além da facilidade, a ferramenta de mensagens instantâneas o conecta diretamente ao seu público. “São dez grupos de surfistas, skatistas, etc. Quando a coleção fica pronta, coloco as fotos dos itens nos grupos e as pessoas logo entram em contato”, revela.
Lista
Chefe de cozinha e proprietário do Boteco do Piri, Jailson Fernandes, 39, o Piri, também é conhecido pela forte atuação no app. São mais de 500 clientes divididos em duas listas de transmissão - que lhe permitem enviar uma mensagem para vários contatos.

“Nós pedimos os contatos dos clientes e perguntamos se eles querem receber notícias do Boteco. Enviamos uma peça por semana, divulgando alguma ação, e também fazemos reservas”, enumera
Depois de seis meses usando o zap zap, as vendas aumentaram em 30%. No final de semana, a espera, que era de duas mesas, hoje chega a dez. “O cliente se sente mais próximo do lugar e se sente cuidado. O mais legal é que as pessoas já respondem e vão compartilhando”.  A cada 100 pessoas que recebem as peças, dez vão ao estabelecimento.  
A estratégia de Diego e Piri, segundo a gerente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-BA), Mariana Cruz, tem sido cada vez mais comum entre pequenos e médios empresários baianos. “Tem a ver com o perfil do empreendedor, que está ligado a tecnologias”.


Perfil
A estudante de administração Camila Rogério, 22, representa esse perfil. Cerca de 95% dos negócios dela são fechados pelo aplicativo. Há três meses com o negócio “Baked by Mila”, ela vende 700 cupcakes por mês e chegou a faturar entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil no último mês. “Decidi investir nas redes sociais, pois meu público é em sua maioria jovem”, diz ela, que começou com o Instagram. “Hoje uso mais o WhatsApp e é essencial. O atendimento é mais rápido, quase que instantaneamente. As pessoas precisam dessa atenção”, opina ela. 
cuidados  

Segundo o sócio da COM Inteligência Digital e da PaperCliQ, Marcel Ayres, as diversas funcionalidades de interação e de multimídia do Whatsapp atrai cada vez mais usuários para o aplicativo. “São atrativos para as marcas que querem reforçar o relacionamento e a proximidade com seu público”, assegura o especialista em marketing digital.
Apesar disso, ele acredita que a maior parte dos empresários ainda esbarra nas estratégias de atuação e relacionamento. “Este uso deve respeitar a vontade e a privacidade dos usuários, evitando práticas intrusivas como o spam. Práticas como o OPT-IN (aceite para receber mensagens) e OPT-OUT (cancelamento do recebimento de mensagens) devem valer também para o WhatsApp”.
Mariana, do Sebrae, acrescenta que os empresários devem identificar o limite entre profissional e pessoal. “Como é uma ferramenta que não há um horário de acesso, o limite é muito tênue. O empresário deve evitar compartilhar as mensagens tarde da noite e muito cedo”, diz. Ela recomenda que a atenção seja redobrada no caso de imagens e peças gráficas. “Evite cometer erros ortográficos, facilmente percebidos pelo cliente, que atrela à empresa uma imagem negativa”. Entre as dicas para otimização do zap como uma ferramenta de marketing, ela sugere o agrupamento de clientes. “Classifique os clientes em grupos, e passe a mensagem da forma correta para o público certo. Se for um público jovem, use uma linguagem mais coloquial”, observa.

Comentários

#Fale conosco

Nome

E-mail *

Mensagem *