Sexualidade ilustrada

Dentre as páginas de ilustrações e  que rondam o  das redes sociais, uma das mais criativas e polêmicas entre todas é a 10H50. Com mais de cinco mil assíduos e participativos seguidores, a página é o portal de saída das principais obras feitas pela ilustradora Lua Diphusa, que tem 21 anos e vive na cidade de São Paulo. O DMRevista conversou com a desenhista, que contou um pouco das motivações e inspirações que giram em torno de seu trabalho.
A jovem, que prefere não mostrar o rosto ou o nome verdadeiro, traz à tona através de suas criações assuntos relacionados a , a libertação e empoderamento feminino e alguns outros tabus envolvendo o corpo. Os  costumam misturar a leveza do traço fino e delicado com o choque visual aplicado nas cores vivas, intensas, que geralmente destacam o ponto em questão a ser discutido. Algumas obras puxam para a representação pitoresca de alguns personagens criados pela própria autora ou situações recorrentes ao cotidiano urbano.
Alguns outros desenhos nadam na linha do surrealismo, com uma pegada no ponto certo, onde se aplica a crítica social ou a exaltação da resistência e luta humana. Lua desenha “pra valer desde 2012” e também foi nesse mesmo universo de novas ilustradoras e desenhistas que encontrou motivação para expor seu trabalho: “Minhas influências foram nacionais. Comecei a postar meus desenhos e, sei lá, me senti motivada por ver meninas como a Sirlanney, a Lolove6, a Bruna Morgan, Tailor, Anna grrrl, entre outras”, revelou a ilustradora.
Ilustração - 10H50

“É MINHA FORMA DE LIBERTINAGEM”

Sobre a criação da page 10H50, a autora contou que “queria saber o que as pessoas estranhas diriam a outra estranha que fala sobre sexualidade”. Lua queria, acima de tudo, conversar, pois tinha muita coisa que gostaria de debater, “pôr um assunto na roda e não sabia como”. A desenhista (que também atua como tatuadora) conta: “Através da page, conheci pessoas incríveis, que me ensinaram coisas incríveis, as quais jamais chegaria a saber por outros meios.”
A cerca das temáticas que envolvem a atmosfera da obra da ilustradora, a jovem conta que os temas dos desenhos estão muito ligados a estética, gênero e sexualidade, principalmente. “Na minha opinião são temas que tanto podem nos empoderar quanto nos aprisionar, e meus desenhos talvez sejam um dos tipos de empoderamento por esses temas, que dentro da atual estrutura social apenas nos reprimem”, completou.
Lua Diphusa levantou um debate sobre o conceito de arte: “Acho complicado isso de ‘arte’, acho que ‘arte’ é algo meio burguês, pra dar lucro, enfim, não quero fazer arte e acho que a maior parte das pessoas que admiram não se considera artista”, declarou. Para a desenhista, “a expressão em várias formas são só pessoas expondo sentimentos e ideias, e isso é maravilhoso” completou. “Tem gente que pinta parede, tem gente que escreve, tem gente que desenha, gente que performa, que faz colagem, que dança, que cata, que tira foto. É meio o que importa. Somos muito motivados a pôr artistas em pedestais e desvalorizar nossa própria experiência”, disse a jovem.
veja mais em: http://www.dm.com.br/revista/2015/04/sexualidade-ilustrada.html

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