Assembleia Legislativa de Pernambuco não aprova projeto LGBT

Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press/Arquivo


A bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco conseguiu barrar, na tarde de ontem, a criação de uma frente parlamentar em defesa da cidadania LGBT. A proposta do deputado Edilson Silva (PSol) foi levada à votação no plenário mas só alcançou 23 dos 25 votos necessários para a sua aprovação. Foram dez votos contrários e 15 ausências, algumas delas articuladas pelos parlamentares religiosos para esvaziar o intento. O deputado Vinícius Labanca (PSB) não votou, pois presidiu a sessão e a ele só caberia o %u201Cvoto de minerva%u201D em caso de empate, segundo o regimento da casa.

O debate foi bastante acalorado no plenário. Antes do resultado final, Edilson, que também preside a Comissão de Direitos Humanos da Casa de Joaquim Nabuco, chegou a dizer que ela estava %u201Cinterditada%u201D, já que seis dos sete deputados da bancada evangélica fazem parte de sua composição e não permitem qualquer discussão que envolva temas ligados ao segmento LGBT. O deputado André Ferreira (PMDB) afirmou que o representante do PSol só buscava se promover com a criação da frente. Cada vez que um dos deputados evangélicos ia à tribuna, pessoas presentes na galeria viravam as costas e exibiam cartazes em protesto. %u201CNão queremos migalhas, queremos direitos%u201D, dizia uma das frases.

Tanto membros do governo quanto da oposição foram favoráveis à aprovação da frente. O deputado Waldemar Borges (PSB), líder do governo na Assembleia, disse que o Palácio tem instâncias específicas que olham para o segmento, mas que o executivo não interferiria na votação. Ele salientou ser a favor da criação da frente, pois cuida de um grupo diferenciado, que foi historicamente oprimido e precisa de políticas públicas específicas.

Pouco antes da votação, tanto Edilson como membros da bancada religiosa se articularam com outros parlamentares para conseguir os votos necessários. Pelo menos oito deputados deixaram %u201Cmisteriosamente%u201D o plenário pouco antes da votação nominal. Os evangélicos conseguiram angariar os votos dos deputados Guilherme Uchoa (PDT), Joaquim Lira (PSD) e Dr. Valdi (PP). Entre as ausências destacadas, a da deputada Priscila Krause (DEM). Ela integraria a frente, mas estava de licença e não compareceu. 

Apesar da derrota, Edílson acredita que encontrará outros mecanismos para que o segmento tenha um espaço para apresentar suas demandas ao Legislativo. %u201CIrei estudar o regimento para saber se é possível trazer o tema à tona novamente, mesmo que em outro formato%u201D. Em reserva, alguns deputados argumentaram que o representante do PSol poderia ter conseguido a aprovação da frente caso segurasse a votação por alguns dias. %u201CForam muitos ausentes. Com a casa cheia, a proposta teria passado%u201D, disse um parlamentar da base do governo.

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2015/03/18/interna_politica,566842/assembleia-legislativa-de-pernambuco-nao-aprova-projeto-lgbt.shtml

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