Ação da PM expõe divisão no grupo político de Campos em Pernambuco

RECIFE  -  
Realizada na manhã desta terça-feira, a reintegração de posse de um terreno na região central do Recife expôs um crescente racha dentro do PSB de Pernambuco, principal feudo do pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos.

O governo do Estado, comandado desde abril por João Lyra Neto (PSB), foi criticado publicamente pelo prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB).
Ordenada pelo governo do Estado e executada pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, a reintegração de posse retirou do terreno manifestantes contrários a um projeto imobiliário conhecido como “Novo Recife”, tocado pelas principais empreiteiras de Pernambuco. Para retirar os manifestantes, foi necessário o uso da força e houve registro de feridos.
Em nota, o prefeito do Recife condenou o método utilizado pela PM. “A Prefeitura entende que o melhor caminho para a desocupação do terreno seria através de uma solução negociada e pacífica”, diz a nota. Recentemente o prefeito assumiu a mediação das discussões entre as construtoras e o movimento “Ocupe Estelita”, que reúne pessoas e entidades contrárias ao empreendimento.
Muito próximo de Campos, o ex-secretário de Governo e ex-presidente do PSB local, Milton Coelho, também criticou a ação. Em uma rede social ele disse que até governos alinhados com a ditadura militar tiveram uma postura meno s violenta em relação a manifestações pacíficas no Estado.
Questionado, o secretário da Casa Civil, Luciano Vasques, disse apenas que a reintegração de posse está amparada em decisão judicial e que eventuais abusos por parte da polícia serão apurados.
Quando ainda era vice de Campos, o atual governador queria ser indicado para a sucessão, mas foi preterido. O escolhido foi o então secretário de Fazenda, Paulo Câmara (PSB). De lá para cá, cresceram os ruídos entre o governo de João Lyra e os chamados “eduardistas”.
Recentemente, por exemplo, o governador mandou devolver à Fifa o camarote comprado por R$ 750 mil na Arena Pernambuco para os jogos da Copa. A ordem irritou aliados de Campos, já que muitos empresários já haviam sido convidados para o camarote. Os ingressos tiveram que ser revendidos a empresas instaladas no Porto de Suape.

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