Cerca de 20 mulheres do movimento social Levante Popular da Juventude
fizeram uma mobilização na Estação Sé do Metrô, no Centro de São Paulo,
na tarde desta quarta-feira (2). Segundo Ananda Felisberto, integrante
do movimento, a ação é um "ato de repúdio aos abusos sexuais no
transportes público."
O protesto pede segurança no transporte público e endossa o tema da
campanha virtual #NenhumaMulherMereceSerEstuprada - manifesto contra o
resultado do estudo feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), órgão do governo, divulgada no dia 27 de março.
Usuários olham com curiosidade o ato.
(Foto: Lívia Machado/G1)
(Foto: Lívia Machado/G1)
A pesquisa demonstrou que 65,1% concordam inteiramente (42,7%) ou
parcialmente (22,4%) com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o
corpo merecem ser atacadas", enquanto 24% discordam totalmente, 8,4%
discordam parcialmente e 2,5% se declaram neutros.
Só em 2014, 26 homens foram pegos em flagrante no transporte
ferroviário paulistano. Com notoriedade dos casos, a presidente Dilma se
manifestou e pediu que as mulheres registrem os abusos na polícia.
Na Sé, as jovens falaram sobre vagões destinados a mulheres. "Estamos
aqui para dizer que não vamos aceitar ser encoxada. Não nos representa
ter vagão só para mulheres. Exigimos qualidade, mais Metrô. Não são
nossas roupas que fazem com que sejamos encoxadas. Exigir uma medida
administrativa do metro. Metro é local de ir pra casa e pro trabalho,
não é local de paquera como diz a propaganda", disse no microfone
Laryssa Sampaio, 24, estudante.
O grupo entregou uma carta à Delegacia de Polícia do Metropolitano
(Delpom). No texto, o movimento condena a ação da delegacia, e critíca a
inserção publicitária ligada ao Metrô de São Paulo, que foi ao ar
durante um programa da Rádio Transamérica FM, no dia 25 de março. No
comercial, lido por um locutor, um personagem afirma que a lotação nos
trens é boa para "xavecar a mulherada".
Na ocasião, o Metrô divulgou nota, através de seu perfil no Twitter,
para afirmar que a peça publicitária era "inapropriada" e não tinha sido
aprovada pela empresa na agência que a produziu.
De acordo com Ananda, o Levante Popular é um movimento social que teve início no Rio Grande do Sul,
em 2010. Ganhou projeção nacional em 2012. “É um movimento social que
visa organizar os jovens de acordo com as necessidades. Na capital, atua
no movimento estudantil e nas frentes urbanas. Pautamos feminismo,
negritude, questões da LGBT, entre outros assuntos.”
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