Para onde vão?

Lamentávelmente digo 'o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos' para quem está acompanhando as desocupações em (Olinda/Recife/Jaboatão) aviso que será só o começo! Aproveito para perguntar ao nosso governo para onde vai esse povo afinal?? Hoje após muita resistência, os moradores do Edifício Maria Elisa, na Rua Olímpio Ferreira Chaves, em Casa Caiada, Olinda, começaram a sair do prédio que invadiram cerca de cinco anos atrás, durante a manhã desta terça-feira e ainda não tem local informado para se instalarem! Se não ficarmos de olho a situação vai piorar e teremos zilhões de famílias hospedadas pelas ruas sem a mínima condição de dignidade e ainda no risco de aumentar os números da marginalidade! (Mary Anne Noglim)

Veja a notícia completa abaixo:

Após resistência, famílias começam a desocupar prédio em Olinda



Edifício Maria Elisa fica em Casa Caiada, Olinda (Foto: Débora Soares / G1)Edifício Maria Elisa fica em Casa Caiada, Olinda (Foto: Débora Soares / G1)
Após muita resistência, os moradores do Edifício Maria Elisa, na Rua Olímpio Ferreira Chaves, em Casa Caiada, Olinda, começaram a sair do prédio que invadiram cerca de cinco anos atrás, durante a manhã desta terça-feira (18). Na época, o prédio foi interditado por risco de desabamento. A prefeitura começou a desocupação do imóvel por volta das 8h, contando com equipes da Secretaria de Controle Urbano, Secretaria de Saúde, Defesa Civil, Guarda Municipal, Conselho Tutelar e Polícia Militar.
Muitos moradores se trancaram nos apartamentos, com grades e cadeados, e informaram que não iriam sair do imóvel. Para a Justiça e a prefeitura de Olinda, as famílias precisam sair do local ainda nesta terça. No final da manhã, alguns moradores já deixavam os funcionários da prefeitura fazer a transferência dos objetos e móveis para um caminhão de mudança.
Moradora do prédio, Fabiana não sabia para onde ir (Foto: Débora Soares / G1)
Moradora do prédio, Fabiana não sabia para onde ir
(Foto: Débora Soares / G1)
Fabiana Bueno, que invadiu o prédio há quatro anos, afirmou que, apesar de eles terem recebido uma ordem de despejo, foi prometido um auxílio-moradia. “A gente se mobilizou, foi na Secretaria de Governo. Eles se comprometeram a nos dar um auxílio-moradia e disseram para a gente que só iam desocupar quando saísse isso. Acho uma covardia fazer isso. Prometer e depois nos deixar na mão. Nós não tínhamos a intenção de morar aqui para sempre, sabemos que é da Caixa Econômica, mas não queremos morar na rua também".
O entregador de jornal Márcio Fagundes pediu para todos os moradores trancarem suas portas e fecharem as grades, pois eles só iriam sair a força. "Vão ter que invadir todos os apartamentos para tirar a gente daqui. Tem muita gente fora, fazendo bico, muita gente sem telefone que não pode ser avisado do que está acontecendo”, disse.
Ao todo, são 16 apartamentos e cerca de 30 famílias morando no local, com a maioria sem fonte de renda. "Não tenho para onde ir com minhas crianças. A gente não pode ser despejada sem ter para onde ir, não. A gente vai ficar onde? No meio da rua? Debaixo da ponte com as crianças? Não pretendo sair. Não vou para debaixo da ponte com meus meninos", disse Carmen Lúcia, que mora com seus três filhos e o marido no edifício.
Alguns moradores se trancaram dentro dos apartamentos (Foto: Débora Soares / G1)
Alguns moradores se trancaram dentro dos apartamentos
(Foto: Débora Soares / G1)
Uma das primeiras a concordar com a saída foi Rejane da Silva. Ela morava no último andar com duas filhas, uma ainda de colo. De acordo com Rejane, ela só estava resistindo porque não tinha para onde ir. "Meu celular estava sem crédito e não conseguia ligar para ninguém. Mas peguei emprestado de alguém e liguei pra minha irmã. Vou morar com ela no Janga por enquanto, depois resolvo minha vida. Só espero que não percam meus móveis", afirmou enquanto observava a equipe da prefeitura retirar seus pertences do apartamento e colocar em frente ao prédio.
O que diz a prefeitura
De acordo com o Secretário de Controle Urbano de Olinda, Estevão Brito, não há acordo sobre auxílio-moradia. "Eles foram avisados três meses atrás sobre isso. Em todas as operações de ocupação irregular, não existe auxílio-moradia. Isso seria praticamente um estímulo a este tipo de prática. Fizemos um levantamento e quase todos eles têm parentes, têm para onde ir. Estamos esperando a Secretaria de Direitos Humanos para saber de que forma podemos acomodar os que não têm", informou Brito.

 Secretário de Controle Urbano de Olinda, Estevão Brito (Foto: Débora Soares / G1)
Secretário de Controle Urbano de Olinda, Estevão Brito
(Foto: Débora Soares / G1)
Quando questionado sobre a demora da desocupação, já que o local foi interditado cinco anos atrás, o secretário afirmou que o processo é feito em etapas. "Nós temos várias ocupações no município, então fazemos por partes. Não podemos desocupar tudo de uma vez, pois demanda uma grande operação. Não podemos resolver todas ao mesmo tempo."

A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, Melina Pimentel, esteve no local e disse que os moradores devem buscar ajuda no centro, na Avenida Manuel Borba,  bairro do Carmo.

Para o oficial de justiça Amilton Soares, a ordem é que os moradores desocupem o lugar totalmente nesta segunda. "Se não saírem pacificamente, estamos com a polícia aqui para auxiliar. Não queremos usar violência, mas alguns se trancaram em seu apartamento com cadeado e correntes. Segundo a decisão da Justiça, eles saem hoje e amanhã [quarta] a Caixa Econômica Federal tem que colocar um segurança para garantir que não invadam novamente. Caso haja uma invasão, a Caixa pagará uma multa de R$ 1.500 por dia". Até o final da manhã, não foi preciso o uso da força policial.
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/03/apos-resistencia-familias-comecam-desocupar-predio-em-olinda.html


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