Manifestantes voltam às ruas do Rio em protesto contra tarifa dos ônibus

Protesto teve início por volta das 18h na Central do Brasil. 

Tumultos isolados ocorreram entre manifestantes e policiais.


Manifestantes

Manifestantes queimaram uma catraca em protesto contra o aumento de tarifas de ônibus 
(Foto: Maurício Fidalgo / Futura Press / Estadão Conteúdo)

 Horas depois de confirmada a morte cerebral do repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, atingido por um rojão durante protesto contra o aumento da tarifa dos ônibus no Rio, uma nova manifestação pelo mesmo motivo aconteceu no Centro, no fim da tarde desta segunda-feira (10). A concentração foi realizada no mesmo local onde o cinegrafista foi atingido na cabeça por um rojão na quinta-feira (6). Um rapaz que confessou participação no ato foi preso e a Justiça decretou, no fim desta noite, a prisão do suspeito de ter lançado o artefato. 
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram do ato, que contou novamente com a presença de mascarados. O protesto interrompeu o trânsito em um dos sentidos da Avenida Presidente Vargas, o que provocou um nó no trânsito em várias ruas do Centro. Dezenas de policiais acompanharam a manifestação. Eles revistaram as mochilas de manifestantes.

O grupo seguiu em passeata e passou pela Assembleia Legislativa e seguiu até a sede da Fetranspor, que representa as empresas concessionárias dos ônibus do Rio. Lá, uma catraca foi incendiada pelos manifestantes.

Em seguida, a manifestação se deslocou para a escadaria da Câmara de Vereadores do Rio. Um princípio de tumulto se formou quando policais do Batalhão de Choque pediram que algumas pessoas retirassem a máscara. Um ativista que se recusou a mostrar o rosto acabou detido. Parte do grupo correu e foi perseguido pelos militares com cassetetes na mão.

Após o tumulto na Câmara, muitos manifestantes dispersaram. Um pequeno grupo ocupou novamente a Avenida Presidente Vargas e retornou à Central do Brasil, que tinha apenas um acesso liberado aos passageiros. De acordo com a SuperVia, os portões foram fechados para controle de fluxo e impedir que novamente o prédio fosse palco de confronto. Os passageiros utilizaram uma entrada lateral, que era controlada por seguranças da concessionária.

De acordo com o 5º BPM (Praça Harmonia), até o fim da noite não foram registrados tumultos ou detenções. Um grupo de manifestantes permaneceu posicionado em frente à Central do Brasil até aproximadamente as 22h40, quando começou a dispersão.

Justiça decreta prisão

Na noite desta segunda-feira (10), a Justiça do Rio de Janeiro expediu mandado de prisão temporária do homem suspeito de ter acendido o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade. Ele foi identificado após ajuda de Fábio Raposo, que confessou ter participado da ação e está preso desde domingo (9).

O delegado Maurício Luciano, que conduz as investigações, disse que levou uma foto do suspeito para Fábio Raposo, que está à disposição da Justiça, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele reconheceu o autor do disparo. Os dois vão responder por homicídio doloso qualificado, pelo uso de artefato explosivo, e também pelo crime de explosão. Se condenados, a pena pode ser de até 35 anos de prisão.

Segundo o delegado, o autor do disparo tinha intenção de matar. “Foi um homicídio intencional. Não foi um atentado à liberdade de imprensa. Infelizmente, o Santiago estava na linha de tiro. A intenção era ferir ou matar os policiais. Segundo o Fábio, ele tinha um perfil violento, pelo porte físico”, explicou.

Diz o texto expedido pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro: a prisão temporária deve ser decretada para a garantia da ordem pública, da futura aplicação da Lei Penal e da futura instrução criminal. Há evidente necessidade de se resguardar a instrução, a fim de que as provas sejam colhidas garantindo-se, ao final, a instrução criminal da causa, que merece integral apuração, dada a lesividade social para que os eventos violentos não mais se repitam.

Fonte: G1

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