Vítimas do próprio preconceito

No clima do Outubro Rosa, mês de conscientização e prevenção do câncer de mama, o mês de novembro foi dedicado aos homens. O Novembro Azul tem o objetivo de desmistificar o câncer de próstata e fazer com que os homens compreendam a importância do diagnóstico precoce. Se descoberto cedo e com um tratamento adequado, a porcentagem de cura chega a 90% dos casos. O problema é que, de acordo com um estudo realizado pelo Ibope, a pedido da farmacêutica Janssen, 42% dos homens brasileiros acima dos 40 anos nunca fizeram o exame de toque retal.
“A pesquisa mostra que, na faixa etária próxima aos 70 anos, apenas 32% dos homens realizaram o exame e 76% afirmaram que tinham consciência de que o procedimento é usado para detectar o câncer de próstata. O preconceito em relação aos exames preventivos ainda é muito forte”, analisa o urologista do Hospital Santa Paula, Alex Meller.
 
O preconceito e o machismo prejudicam não apenas a detecção do câncer de próstata, como também de outras doenças. “Os homens têm o hábito de ir ao consultório apenas quando sentem algum sintoma. E, mesmo assim, só procuram um especialista a partir da insistência de uma mulher, seja esposa, mãe ou filha”, explica Daher Chade, urologista do Hospital Sírio Libanês e do Instituto do Câncer de São Paulo. “A doença não causa qualquer sintoma no início, porém, quando está em estágio avançado, ela pode interromper o canal da uretra, causando dor ao urinar. Aí, as chances de cura começam a diminuir muito”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Aguinaldo Nardi. “É fundamental que os homens se mantenham atentos e realizem os exames todo ano para que seja feito o diagnóstico mais cedo.”
 
Os números da doençaSegundo a Sociedade Brasileira de Urologia, 77% dos homens que não realizam o exame de toque, o fazem por preconceito e 54% por medo. 99% dos homens
já ouviram falar sobre a doença e 40% não conhecem os sintomas.
 
62%
Dos casos de câncer de próstata acometem homens com 65 anos ou mais.
 
Os números vão subir Como crescimento da expectativa de vida, o número de casos pode aumentar em cerca de 60% até 2015, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

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