Impostos e falta de planejamento impedem crescimento econômico, diz Francisco Cunha

O consumo da classe C não é o bastante para assegurar um PIB brasileiro elevado a longo prazo, porque existem grandes entraves para o crescimento econômico. Entre esses obstáculos estão excesso de encargos salariais, impostos excessivos e falta de investimento. A análise é do consultor econômico Francisco Cunha, sócio da TGI consultoria em Gestão, que apresentou hoje, durante o lançamento da Agenda TGI, realizado no Armazém Blu’nelle, no Recife, um panorama da economia do mundo, do País e de Pernambuco.
 
Cunha afirma que o Brasil apresenta uma das maiores cargas tributárias da América Latina. “Só perde para a Argentina”, salienta. Já em relação aos encargos salariais, ele reconhece que houve um certo avanço com a desoneração que a presidente Dilma Rousseff recentemente implantou em alguns setores. Mas poucos avanços, segundo ele, foram observados nos investimentos em infraestrutura e educação, que comprometem a qualidade do crescimento no País.
 
Outro fator que o sócio da TGI considera como um obstáculo para o crescimento econômico é a falta de planejamento. Ele exemplifica como fruto dessa deficiência a seca por que passa o Nordeste. Por serum fenômeno cíclico e portanto previsível e passível de ter suas conseqüências minimizadas. “É possível fazer um planejamento para evitar esse drama”, alerta, acrescentando que o Semiárido brasileiro é o mais populoso do mundo , onde vive 12% da população do País.
 
Como o Brasil ainda não resolveu tais problemas, o PIB do País segue caindo , o que vem sendo acompanhado pela economia pernambucana. O PIB brasileiro cresceu 2,7 no ano passado em relação a 2010 e a previsão á de que cresça 1,5% este ano, segundo o consultor econômico. “O PIB de Pernambuco tem ficado 2% acima do brasileiro e a tendência é que essa situação continue nos próximos anos”, prevê. Isso se deve, de acordo com Cunha, aos investimentos que Pernambuco tem recebido, que em relação à economia do Estado, são proporcionalmente maiores que os recebidos pelo Brasil.
 
 
RECIFE
Já em relação ao Recife, Francisco Cunha fez um cenário sombrio, caso o município não tenha um sério ordenamento urbano. “A cidade está beirando perigosamente o colapso”, adverte, ao fazer uma análise crítica sobre o adensamento populacional, os problemas da mobilidade e os esgotos lançados praticamente in natura no Rio Capibaribe. “Recife foi atropelada pelo ritmo de crescimento de Pernambuco”, resume.
 
Para ajudar a reverter essa situação, segundo Cunha, o Observatório do Recife, movimento composto por várias entidades, lançou o projeto Recife que precisamos. As propostas do movimento foram encaminhadas para todos os candidatos a prefeito, durante a campanha eleitoral e o prefeito eleito Geraldo Júlio, o qual, segundo Cunha, se prontificou a incorpora-las ao seu programa de governo.
Entre as propostas estão: a retomada do controle urbano, o retorno do planejamento a longo prazo, a melhoria da mobilidade, dando prioridade ao pedestre, aos ciclistas e ao transporte coletivo, resgate da história da cidade, o que inclui transformar o Centro em Patrimônio da Humanidade.

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