Acusados de canibalismo em Pernambuco farão exames de sanidade

A juíza de Olinda, Maria Segunda Gomes, pediu na quinta-feira (26) exame de sanidade mental em Jorge Beltrão Negromonte Silveira, sua mulher Isabel Cristina Pires Silveira, de 50, e sua amante Bruna Cristina Oliveira da Silva, de 25 - o trio acusado de matar três mulheres com requintes de violência, canibalismo e rituais macabros, em Pernambuco.
 
 
O pedido foi feito durante a primeira audiência de instrução e julgamento, no Fórum de Olinda, relativa ao assassinato na cidade de Jéssica Camila da Silva Pereira, em 26 de maio de 2008. O trio, que está preso desde abril, de forma preventiva, também é acusado do assassinato de Giselly Helena da Silva, de 31, e Alexandra Falcão da Silva, de 20, em fevereiro e março deste ano, na cidade de Garanhuns, no agreste pernambucano.
AE
Parte das anotações que narram trechos dos assassinatos cometidos pelo casal em Garanhuns

A defesa de Jorge Negromonte pediu o exame mental para seu cliente e a juíza resolveu estender para todos os réus. De acordo com a promotora do Ministério Público estadual, Eliane Gaia, se eles forem considerados sãos, se submeterão a julgamento, com penas previstas de 24 a 26 anos cada.
 
 
A acusação é de homicídio quadruplamente tipificado - por motivo fútil, dificuldade de defesa da vítima, meio cruel - além de ocultação de cadáver e vilipêndio (o corpo da vítima foi ultrajado depois da morte). Caso contrário, terão tratamento diferenciado: serão levados para um manicômio, com avaliações anuais. Não há previsão para a realização e o resultado dos exames.
 
Mortes
A Polícia Civil de Garanhuns prendeu em abril deste ano o trio acusado matar, esquartejar e comer partes dos corpos de pelo menos três mulheres. Segundo os agentes do 2º DP, responsável pela prisão, as investigações começaram após o desaparecimento de uma jovem chamada Gisele, em fevereiro de 2007.
 
As vítimas eram atraídas por uma falsa proposta de emprego de babá já que o casal, Jorge e Isabel, criava uma menina de 5 anos. Ao chegar ao local, a candidata era abordada e morta pelo grupo. Os acusados revelaram ainda que a criança é filha da vítima Jéssica Camila. A terceira acusada, Bruna Cristina era amante de Jorge e ajudava nas atividades da casa.
 
 
Durante depoimento realizado separadamente na delegacia, Isabel confessou que eles eram membros de uma seita e realizavam constantes atos de "purificação da alma". Isabel explicou ainda que a vítima era morta e logo tinha a pele arracanda por Jorge, que chegou a registrar os assassinatos em um livro de cordel chamado "Revelações de um esquizofrênico".
 
Ela era conhecida na cidade por vender salgados e empadas. Aos investigadores, chegou a assumir que "só colocava alguns pedacinhos" de carne humana nas empadas e as vendia no pronto-socorro e órgãos públicos da região - assim como na própria delegacia.
Bruna também tinha um diário e relatava as mortes como "missões realizadas com sucesso" no processo de purificação da cidade. Entre os três, Bruna seria a que mais gostava de comer a carne das vítimas.
 
*com AE

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