Dubai: religião, turismo e globalização

Visitar Dubai é uma experiência única. É entender que o islamismo, primeiro, pode muito bem conviver com a modernidade e permitir uma experiência cultural aos turistas que visitam o mais importante Emirado Árabe da região.
Tenho visitado Dubai com certa assiduidade, não só pela curiosidade mas pelo ineditismo do potencial natural, cultural e das novidades ,que ali vão acontecendo. É claro que parte do desenvolvimento se deve aos esforços dos imigrantes da Índia, do Paquistão, de Bangladesh, que trabalham jornadas com salários acanhados, embora superiores a de seus países. No entanto, vejo uma evolução muito grande na prestação de serviço e na adequação as novas tendências do novo consumidor turístico.
Faço referência ao fato de Dubai estar se estruturando para o visitante, que o faz por conta própria, começando pelo metrô, que atende aos principais locais de interesse turístico e que começa no aeroporto. É rápido, limpo, eficiente e ainda tem uma primeira classe, com vagão exclusivo com recepcionista bilingue.
Os hotéis também foram se multiplicando e possuem tarifas para todos os segmentos, o que demostra uma vontade de trabalhar não só com turistas de alto poder aquisitivo mas democratizar o sonho dos que almejam uma experiência.
Uma referência que não pode ser esquecida é a companhia de bandeira: a Emirates. Com um estafe composto por mais de 40 nacionalidades, tem a marca da excelência e da inovação, inclusive nas aeronaves mais modernas, com wi-fi, bar, spa, para citar alguns exemplos.
Talvez tenha sido justamente o conjunto de nacionalidades que ali se fixou, de credos religiosos diferentes, o grande diferencial do país, que foi buscando novidades, como parques temáticos com esqui, shoppings com espetáculos de som, luzes e dança das águas, além de um comércio local, rico em tradições.
É bonito ver as pessoas rezarem nos shoppings nos horários previstos e a reprodução do que há de mais glamuroso, no mundo, como o Fauchon, ou ainda as lojas com roupas que acabam de ser lançadas e já são consumidas.
A globalização nos traz dúvidas, que podem inclusive começar com uma pseudo clonagem de aspectos positivos do mundo inteiro, mas nos adverte, de forma sensata, que no mundo atual tudo funciona com uma rapidez enorme, e que vão se destacar os que acompanharem tal crescimento sustentável, como faz a pequena mas rica e sensata Dubai, que entendeu que o turismo é a chave da melhoria de qualidade da população anfitriã.
Bayard Do Coutto Boiteux

Coordenador do curso de Turismo da UniverCidade, preside o site Consultoria em Turismo.

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