CULTURA AFRO PRESENTE ATÉ SEMPRE

Por: Mary Anne Lima "LIS" 

Terreiros de candomblé, danças típicas e a famosa feijoada são algumas das heranças deixadas pelos negros; Mas vale salientar que são algumas, as heranças afros representam muito mais do que se possa ser mencionado, está presente em cada instante e em cada lugar que estamos, mas por falta de percepção não são dadas a devida atenção e reconhecimento. Por sua vez a presença da história e hábitos do povo negro é mais presente no cotidiano do que se possa imaginar. Por este motivo o termo AFRO-BRASILEIRO designa tanto de pessoas com ascendência da África quanto  a influência cultural trazida pelos escravos africanos para o Brasil.



A imensa quantidade de terreiros de Candomblé, Umbanda, Jurema e outras expressões espiritualistas em Pernambuco e demais estados mostra a presença dos negros no país. Onde a maior concentração de afro-brasileiros está no estado da Bahia, onde 80% da população tem ascendência da África. A cultura afro-brasileira que mesmo com tantas lutas continua firme e forte enfrentendo as barreiras impostas direta e indiretamente é o resultado do desenvolvimento da cultura africana no Brasil, incluindo as influências recebidas das culturas portuguesa e indígena que se manifestam em diversas expressões como, por exemplo, a música, a religião e a culinária. Estados como Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo foram os mais influenciados tanto pela quantidade de escravos recebidos como pela migração interna dos escravos.
Uma das maiores influências presentes, até hoje, na cultura brasileira está na música e na dança. Dentre elas, estão o samba, pagode, maracatu, afoxé, lambada, carimbó, maxixe e a capoeira (arte marcial considerada uma dança, por ser praticada com o acompanhamento de instrumentos musicais). O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição de destaque na música popular, haja visto que nos primórdios era marginalizado e um simples pandeiro era considerado porte de arma. Instrumentos como pandeiro, surdo, violão, cavaco, cuíca, reco, banjo, rebôlo, tan-tan e até uma simples caixa de fósforo dão o suingue de uma das manifestações culturais genuinamente brasileira. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres; Verdade esta que vêm mudando a cada dia e ocupando lugares de destaque não somente na televisão como também nas variadas opções de ambientes a serem frequentados hoje para todos os tipos de entretenimento familiar, social, cultural... abraçando diversas classes sociais. O significado da palavra samba não é conhecido ao certo, porém, há vestígios de que o termo originou-se da palavra “semba”, nome de um ritmo religioso angolano.



Diversos são os nomes que surgiram e se destacaram durante a evolução do samba, ou seja,  ícones como Cartola, Dorival Caymmi, Noel Rosa, Heitor dos Prazeres, Ary Barroso e Adoniran Barbosa, e que posteriormente, acabaram por influenciar vários outros nomes como Elis Regina, Nelson Cavaquinho, Pixinguinha, Aracy de Almeida, Alcione, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Jorge Aragão, Exaltassamba, Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Chico Buarque, Paulinho da Viola... Onde podemos encontrar seus reflexos pelas "veias" das ruas do Recife com nomes que já se tornam imortalizados pela trajetória incansável de amor ao samba e o que esta pequena grande palavra representa. Locais como "Pagode do Didi" e "Pagode do Peninha" localizados no centro da cidade de Recife que trazem consigo a velha e a jovem guarda musical e que a cada dia fabricam mais jovens a cultivar as beneficiências que a musicalidade promove. Nomes como Relíguia do Samba, Grupo Terra, Emossamba, Edson Cartola, Leto do Cavaco, Gerlane Gel, Jorge Riba, Luíza Pérola, Souza do Cavaco, Maria Pagodinho, Cristiano Paulista, Ivanildo Lima, Cleomar Paulista, Ely Peroas, Gracinha, Evandro Recife, Barata, Leno Galeria, Jam Simplicidade, Leno Simpatia, Anderson do Carmo, Damião, Stênio Agripino, Esquerdinha, Ney do cavaco, TS, Duda Salvador, Duda do surdo, Bartô Pagodinho, Fábio Andrade, Peixe, João Madeira, Paulo Caô, Arlindinho (falecido) Cibele do Cavaco, Dona Celma, Karina Espinelle, Alexia, Belo X, Piksamba, Talismã, Trassamba, entre outros, populariza e reafirma a força do samba na terra do frevo. Com a totalidade das manifestações populares, o samba em Pernambuco está adquirindo a cada dia mais destaque e mais ainda adeptos que em busca de poesia e amizade, encontram nas rodas de samba isso e muito mais.... deixando de ser a vista dos que criticam conhecida como "coisa de negro, de pobre..." e passando a ser valorizado como de fato é "de todos, de qualidade, de alma e coração..."

"Samba não tem preconceito", dizia os primeiros versos do samba da Vila Isabel de 2007. Mas por que a sociedade não o leva a sério? Menospreza-o e se mascara de hipocrisia, dizendo: - carnaval, a melhor festa do ano. Verdade. Trata-se da mais sincera verdade, mas quem diz isso, pensa que samba é só o carnaval, e ninguém fala do samba de raiz, do samba de roda, do Fundo de Quintal, das festas de domingo na casa de D. Rosa e de seu Tadeu. Do samba na laje de seu Bernardo, no Canta Galo; na Rocinha, na Mangueira, no Salgueiro, em Madureira, na Serrinha. Não! Ninguém fala. E fala menos ainda no samba lá da Casa Verde; de Itaquera, de Heliópolis; no Limão; da Rua Zilda; da Bela Vista; de São Carlos; do Tatuapé; na Parada Inglesa ou em qualquer lugar deste país. Não! A voz da notícia se cala. Os tambores e o canto chamam e o público cai de alegria; "o samba que desce a ladeira", dizia o samba da Leandro em 2009, porém, quando é que o asfalto vai subir a ladeira e prestigiar o samba em sua origem? É certo que isso vem mudando, mas o preconceito para com o samba ainda é vigente. A comunidade abraça com toda sua garra o povo, o visitante, faz sua alegria, mas muitas vezes não tem retorno. Porém o samba, fiel cavalheiro, do alto de sua nobreza e educação, bom gosto, e trato fino, sempre abriga mais um em teu seio, faz sorrir e faz chorar, e não desanima, erguendo a cabeça, dando a volta por cima. É preciso valorizar, afinal, o samba não é preconceituoso, mas a elite que se firmou no Brasil e abusou da força de seus filhos biológico e adotivos, não perdoa, até hoje, a manifestação da cultura afro-brasileira. (Comentário Por: Rodrigo S. Santos)

Mary Anne Lima LIS É; Presidente do CEDEESPE - Palestrante e Divulgadora da "Tolerância e do Respeito" entre as diversidades (Religiosas, culturais, sexuais, sociais, ambientais...) - Espiritualista - Juremeira - Graduanda do 8º periódo de Administração/Facipe - Aluna do Curso de Especialização em Teologia de Matriz Afro, Afro-brasileira e Indígena/UNICAP - Assessora de imprensa, divulgação e produção executiva da banda Tronco D'Jurema - Membro da Aliança LGBT-PE - Membro da Associação Nacional de Defesa de LGBT Comunidade e Terreiro - Membro do Centro Cultural Inzo Angola Konko. (mnl_adm@hotmail.com 81.8839.1844//9623.2923)

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